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Odontologia

Uma reflexão sobre a humanidade

Há muitos anos tenho um pensamento que me faz refletir sobre a raça humana!

Sabidamente outros seres, como os dinossauros e outros tantos animais, talvez alguns que nunca vamos saber, já habitaram nosso planeta e hoje não existem mais. Várias hipóteses foram aventadas para a extinção dos dinossauros e recentemente um grupo de pesquisadores nos EUA encontrou a prova definitiva do que causou a extinção em massa dos dinossauros. Para eles, como é amplamente defendido dentro da comunidade científica, a causa foi a queda de um asteroide na Terra. A poeira de irídio é tudo que sobrou da rocha de 11km que se chocou com a Terra há 66 milhões de anos. Essa poeira ficou na atmosfera por algumas décadas e matou 75% de toda vida na terra, incluindo 100% dos dinossauros não avianos. O irídio é uma substância não encontrada na terra e presente em grande quantidade em asteroides, o que valida a hipótese.

            Essas idéias vieram a minha mente novamente ao assistir um filme, que no início, parecia um filme chato, chamado: Não Olhe Para Cima (2021). Conforme o filme foi desenrolando, percebi que se tratava de uma sátira a vida do ser humano atual. O filme trás novamente o choque de um meteoro gigante com a terra que irá extinguir a raça humana. Enquanto o cientista chefe de uma estação de pesquisa astronômica e sua aluna de doutorado, que descobriu o corpo celeste, tentam desesperadamente comunicar as autoridades e a imprensa sobre o fato, são zombados e negados perante todos.

            O filme, embora tenha sido escrito antes da pandemia, pode ser uma analogia ao momento atual que estamos vivendo, com a Covid, guardadas as devidas proporções. Negacionismo, ódio, notícias distorcidas pela imprensa, exaltação a futilidades, uso da tecnologia para promoção pessoal e transformação severa do estilo de vida, somados a política que sempre governou para causas próprias e não para o bem da humanidade, viram um pacote perfeito para o descaso da raça humana.

            O smartphone e a internet, mudaram a forma como nos comunicamos. Em um passado não muito distante, a informação, chegava apenas pela interação entre as pessoas. Com a escrita, o rádio, e a tv, a informação ganhou outra dimensão e com a internet, virou instantâneo, porém, extremamente banal. Somos bombardeados com coisas inúteis a todo segundo. A ganância de grandes empresas atropela o conhecimento científico. A ciência advoga várias hipóteses e beira o ódio entre instituições, para provar suas teorias. Vivemos em um período de dúvidas e incertezas, quanto a melhor maneira de lidarmos com a pandemia. Isolamento social, máscaras, medicamentos, vacinas, nada tem consenso, quanto a efetividade.

            Infelizmente, o aceitável, é o que gera mais lucro para as empresas que detém a tecnologia para produzir seus produtos altamente lucrativos, muitas vezes manipulando a ciência, corrompendo órgãos de regulamentação, políticos e “cientistas”, como mostram alguns livros, como o livro do médico dinamarquês, químico, biólogo e pesquisador que trabalhou na indústria farmacêutica, Peter Gotzsche, Medicamentos Mortais e o Crime Organizado. O autor compara os medicamentos que ele relata no livro com o fumo, altamente letal para o ser humano. Fumar foi sinônimo de charme, durante muitos anos, até surgirem várias evidências e conscientização de que o fumo encurta a vida das pessoas e gera um gasto estratosférico para o tratamento dos doentes. Várias ações foram implementadas para diminuir o uso do fumo, que ainda nos dias de hoje, apesar de todas as informações pertinentes, continua ceifando vidas. Na página 59 do livro, Gotzsche, ironiza como deveriam ser os termos de consentimento assinados por pacientes para participarem de ensaios sobre medicamentos, que é praticamente um resumo do livro, por isso vou transcrever na íntegra:

            “Concordo em participar desse ensaio, que eu compreendo que não tem nenhum valor científico, mas que será útil para a empresa no marketing de seu medicamento. Também compreendo que, se os resultados não satisfizerem a empresa, eles podem ser manipulados e distorcidos até que satisfaçam a ela e que, se isso também falhar, os resultados podem ser enterrados para que ninguém fora da empresa os veja. Finalmente, compreendo e aceito que, caso haja muitos danos sérios pelo medicamento, eles não serão publicados ou serão chamadas de algo diferente para não levantar preocupações nos pacientes nem diminuir as vendas da empresa farmacêutica”.

            No mesmo livro, o autor relata, que pesquisadores acompanharam 399 homens negros infectados com sífilis sem trata-los durante 40 anos para estudar o curso natural da doença, permitindo que morressem ou contaminassem suas esposas e filhos. Isso é desumano. Qual é o sentido disso? Sendo que já temos medicamentos eficazes para esta doença.

            Para ser ainda mais claro, a indústria farmacêutica produz os próprios resultados e restringem o acesso as informações dos medicamentos que produzem. Como permitimos isso? “Permitir que a indústria realize ensaios de seu próprio medicamento é como permitir que eu seja meu próprio juiz em um julgamento”.

            Os ensaios deveriam ser um empreendimento público, já que muitos governos financiam pesquisas, com resultados abertos ao público, executados por instituições acadêmicas independentes, com a finalidade única e exclusiva de salvar vidas e não gerar lucros.

            Estamos banalizando a vida, que é nosso bem mais precioso. Estamos sujeitos a vários fenômenos que podem erradicar a raça humana. Pensando nisso, talvez um dia possamos ser mais solidários e menos individualistas; mais humanos e menos fúteis.            

Você assistiu ao filme? Me conta aí o que achou! Se achar válido podes me mandar um direct no Instagram.

https://www.instagram.com/andrezambonato/

André Zambonato
MESTRE ORTODONTISTA

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